(matéria publicada no Jornal
Transposhop em 2007)
homenagem ao inesquecível
Aurélio Batista Félix
Olá, moçada!
Sempre falo para vocês que estou no automobilismo há muitos e muitos anos. Desde garoto sempre gostei muito de automóveis, mas os carros de corridas exerciam um fascínio especial. Comecei a freqüentar o autódromo de Interlagos desde cedo, e depois por muitas noites ainda sonhava com as corridas. Nem imaginava em um dia ser piloto, queria apenas olhar para aquelas máquinas e seus pilotos, meus heróis! Felizmente consegui realizar o sonho impossível de um dia participar de uma corrida de verdade. Foi tudo muito difícil, demorou muito, mas eu consegui. Vinha de uma família de classe média, num tempo em que só os grandes e famosos pilotos eram contratados pelas fábricas.
Correr sem ser piloto profissional, só mesmo sendo milionário. Como a maioria das pessoas da minha geração, o meu ídolo disparado era o Luiz Pereira Bueno, o Peroba, talvez o maior piloto brasileiro de todos os tempos! Na verdade quando consegui superar todas as barreiras e finalmente entrar numa competição, realizei 2 sonhos impossíveis: Corri de Opala 4.100, o antecessor do Stock Car, e, tive como companheiro de equipe e professor, o Luizinho. Não dá para esquecer deste dia. Hoje vou fazer uma homenagem para um outro sonhador que como eu conseguiu também transformar seu sonho em realidade. Ele é o santista Aurélio Batista Félix, o idealizador, organizador e promotor da Fórmula Truck.
O Aurélio, como a maioria dos pilotos da Truck também é um ex-caminhoneiro profissional, que desde os 10 anos de idade, trabalhava com o pai entregando pães a bordo do caminhão da família. Aos 15 anos, em virtude do pai ficar impossibilitado de dirigir, o Aurélio assumiu o comando do caminhão e nunca mais parou. Aos 19 anos já era o chefe da família e tocava os negócios com maturidade. Histórias de filhos arrimo de família muita gente conhece, agora o que ninguém nunca viu é uma pessoa sozinha idealizar uma categoria de corridas e conseguir tornar esse ideal realidade. Eu imagino o tamanho da dificuldade, na medida que o multi-campeão de Fórmula 1, Alain Prost, o “professor”, depois que parou de correr, criou uma equipe própria de F-1. Acho que durou 3 ou 4 anos e foi a falência. Toda sua experiência de grande campeão, não foi o suficiente para administrar uma única equipe. Agora, criar uma nova categoria, não de carros de corrida, mas de pesados e lentos caminhões, que se transformam em verdadeiros bólidos e fazer dessa categoria um gigantesco evento desportivo, que agrega em toda prova 50 mil pessoas...
Já contei aqui os problemas que o Aurélio encontrou para homologar oficialmente a Fórmula Truck junto da CBA, Confederação Brasileira de Automobilismo. Demonstrando grande seriedade e habilidade, o Aurélio não só conseguiu o apoio da CBA, mas também a admiração de seu presidente. Na homenagem que recebeu da Prefeitura Municipal de Santos, onde foi condecorado com a medalha de Honra ao Mérito “Braz Cubas”, a maior honraria concedida pela cidade, o próprio presidente da CBA, Paulo Scaglione estava presente. A maioria dos pilotos da Truck, dentre centenas de convidados e demais autoridades, também foram prestigiar o evento.
Todos os pilotos de Fórmula Truck que entrevistei nesta coluna, foram unânimes em elogiar as qualidades do Aurélio Batista Félix. Ele comanda com mãos de ferro um verdadeiro batalhão de colaboradores e em cada fim de semana de corrida, contrata um número de 700 pessoas para realizar o evento. Além disto, ele participa ativamente dos shows que antecedem a competição, praticando atividade de “show man”, no comando de vários caminhões ao mesmo tempo realizando manobras radicais.
Está à frente de tudo que envolve a categoria, e talvez por isto mesmo, ela não pare de crescer. Ele próprio inspeciona as obras de melhoria dos circuitos onde a Fórmula Truck se apresenta. Já disse que vi grandes empresas de promoção e publicidade, terem sido contratadas para promover uma categoria de automobilismo e embora fossem competentes e tivessem expe- riência, as coisas não davam certo e a categoria acabava desaparecendo. O Aurélio embora não tivesse nenhuma experiência na promoção de eventos esportivos, conseguiu como ninguém solidificar a Fórmula Truck, servindo até de exemplo para outras categorias tradicionais do automobilismo.
O seu sistema de promoção é único, e eu sei que a Fórmula Truck agita as cidades por onde passa. Com ele não tem crise, a coisa “tem” que dar certo! Para a próxima etapa que será realizada em Cascavel, é esperada uma quebra no recorde de público de mais de 50 mil pessoas. O Aurélio merece!
É isso aí. Até a próxima
É isso aí. Até a próxima
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