domingo, 5 de julho de 2009

(T) Entrevista: Paulo Valiengo, 30 temporadas de Stock Car



Aline Ridolfi Da Redação


A Stock Car comemora sua 30ª temporada este ano. E pensando nisso, damos continuidade à série de reportagens que abordam estas quase três décadas de paixão e velocidade, desta que se tornou a maior categoria do automobilismo brasileiro.

O ex-piloto Paulo Valiengo é hoje assessor de imprensa. Há trinta anos envolvido com esportes a motor, ele finaliza um livro de histórias da Stock Car. Valiengo fala com exclusividade ao Site Oficial e, como bom contador de memórias, abre a caixola para nós e relata um de seus momentos mais marcantes dentro da categoria.

“Quando a GM resolveu dar apoio oficial à categoria, inclusive com transmissões ao vivo pela Rede Band, mergulhamos de cabeça nessa nova empreitada e transformamos os nossos Opalas de acordo com o novo regulamento. Basicamente, o carro era o mesmo, apenas agora com rodas esportivas de liga leve, sem os revestimentos e os bancos internos, com um novo comando de válvulas 250 S, escapamento mais livre e algumas outras pequenas mudanças sem importância.

Nesse mesmo primeiro ano da categoria houve outro fato que precisa ser lembrado: o governo militar, alegando a crise do petróleo - que era verdadeira proibiu as corridas em todo o território nacional. Com muito custo, nós pilotos e os preparadores, conseguimos a permissão das corridas, mas com um novo combustível, o álcool etílico, etanol. Adaptamos os nossos carros e no dia 7 de setembro de 1979, todas as principais categorias do automobilismo brasileiro deram o grito de independência do petróleo, numa prova realizada no Rio de Janeiro.

Neste mesmo ano, mas no mês de outubro, no autódromo de Tarumã…
Na época eu não tinha nenhum patrocinador, mas como me saí bem em duas provas em Interlagos, onde cheguei duas vezes em 4º, fui dirigindo o meu carro de rua até o Rio Grande do Sul, local da próxima etapa, em Tarumã.

Por azar, o meu Stock não estava bom e eu fiquei com o último lugar no grid de largada. Na época eu era muito amigo do Affonso Giaffone Jr, irmão do Zeca, que acreditava muito em mim e resolveu emprestar um motor da sua equipe. O preparador dele, o grande ex-piloto Jayme Silva, me garantiu que o problema do meu carro não era o motor, mas sim o fato de eu não estar acostumado com aquela pista desconhecida e que não estava aproveitando bem o meu equipamento.

Fiz uma pequena aposta com ele, se ele me emprestasse o motor e eu não fizesse nada na corrida, pagaria um belo almoço para ele numa churrascaria bem cara na época, que existe até hoje, o Rodeio. Muito bem, o motor foi liberado, mas no domingo pela manhã ninguém tinha uma ferramenta chamada talha, que suporta o peso do motor enquanto ele é sacado do carro. Reuni alguns mecânicos de outras equipes e todos me ajudaram a tirar o motor com as nossas próprias mãos.

O esforço foi recompensado, porque numa prova muito tumultuada pela chuva, onde Ingo bateu com o Reinaldo Campello que bateu com o Bolão logo na primeira volta, consegui sair da última posição e chegar em quinto lugar, e ainda por cima fiz a melhor volta do circuito e novo recorde da pista. Não bastando, o Jayme me pagou o almoço no Rodeio.”, diverte-se

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