quinta-feira, 23 de setembro de 2010

(T)A incrível durabilidade da stock car

O ator global Marcello Antony, no pódio em primeiro, para uma cena da novela Passione

O Stock da novela Passione, pilotado por Carlão Alves
A sempre competitiva Copa Chevrolet Montana

Largada do Mini Cooper em Interlagos



Meu Chevrolet Opala 4.100, na primeira temporada da Stock Car.



Olá, moçada!

Na maioria das atividades humanas, as decisões corretas não são tomadas de cima para baixo. Pelo contrário, elas devem atender aos anseios da maior parte dos seus membros. Senão, seria autoritária e não teria o condão de ter valor real. No automobilismo as coisas também são assim.

Quando em 1979 surgiu a mais nova categoria do automobilismo brasileiro, com o expressivo nome de Stock Car, algumas pessoas não entenderam qual seria o seu propósito, inclusive argumentaram que a nova modalidade não iria para frente, acreditando na dificuldade de captação de patrocínios, que como sempre, rondava os campeonatos de turismo. Em função desse constante problema de contenção de custos, todas as provas da categoria "Classe C", que englobava os Opalas 4.100 e alguns Mavericks, eram realizadas apenas no eixo Rio-São Paulo.

Para os críticos de plantão, seria impossível conseguir pilotos e patrocinadores para um evento monomarca, com provas nos autódromos de vários outros estados, quase todos muito distantes das duas maiores capitais brasileiras.


Realmente o calendário da Stock Car no seu primeiro ano de existência, contava com corridas no Rio Grande do Sul, no Paraná, em Goiás, em Brasília e até no Ceará, além de São Paulo e Rio de Janeiro.


O tempo mostrou que eles (os críticos), estavam absolutamente enganados, e que a Stock Car iria se tornar na categoria de maior durabilidade da historia do automobilismo brasileiro.
Cresceu tanto, que se tornou até pano de fundo da novela Passione, da Rede Globo! No próximo ano, sera sua 32ª temporada. O número de carros inscritos, e a qualidade de seus pilotos, comprova o sucesso e a estabilidade da Stock Car.

Numa etapa em que participam todas as três categorias que compõem a Stock Car, estão na pista treinando e correndo, quase 90 carros com seus respectivos pilotos. Na Copa Caixa são 34 carros, na Copa Chevrolet Montana largam também em torno de 34 carros e no Mini Cooper são mais 20 carros.


São números muito expressivos, que comprovam que a Stock Car veio naturalmente ocupar espaços deixados por outras categorias e demonstram a preferência do público brasileiro, por corridas de carros de turismo.

Por outro lado, ao longo desses mais de 30 anos de existência, existiram momentos de grids minguados, e, talvez o pior de toda a história tenha acontecido já no primeiro ano da Stock Car, numa corrida em Cascavel, no oeste do Paraná.


Estávamos mais ou menos nessa época, de fim de temporada, acho que em outubro ou novembro. Depois de uma corrida muito disputada no Rio de Janeiro, em que 25 carros alinharam no grid de largada, seguimos para a prova de Cascavel.


Como a distância era muito grande, e o campeonato já estava praticamente decidido em favor de apenas três pilotos, Affonso Giaffone Jr, Alencar Jr e com menores chances o Paulão Gomes, poucos pilotos se animaram para a corrida no interior do Paraná. Apenas 13 pilotos foram participar desta inusitada prova. Eu próprio só fui, porque fazia parte da equipe dos irmãos Giaffone, que era comandada por Jayme Silva, e tinha grande chance de vencer o campeonato.


Na sexta feira treinamos normalmente, mas a pista era realmente seletiva, com uma curva muito difícil, o Bacião, tão difícil que um piloto paulista, Valtemir Spinelli, o Bolão, capotou nos treinos, ultrapassou o guard-rail e foi cair lá embaixo no bambuzal. Por sorte nada sofreu, mas preocupou todo mundo.


No sábado houve uma grande confusão na classificação, com a vistoria técnica realizada no carro do pole position, e, depois de muito bate boca e pouca solução, fomos forçados a não participar da corrida. Éramos oito pilotos fora do grid. Portanto só sobraram cinco carros, número insuficiente para que houvesse a largada no domingo.


Mas, para o warm up domingo de manhã, “apareceram” mais dois Opalas, regularmente inscritos e “vistoriados”, um até com ar condicionado e santoantonio de madeira, e assim o grid estava completo, com apenas sete carros. Cinco Stocks e dois “mais ou menos” Stock. Sem dúvida o menor e mais estranho grid de toda a história da categoria. Apenas três carros terminaram a corrida!


Este talvez tenha sido o pior momento da categoria, mas que soube superar todas as dificuldades naturais do automobilismo brasileiro e hoje é um evento consagrado pelo público e pela maioria dos pilotos nacionais.

É isso aí. Até a próxima.

4 comentários:

  1. Adorei a matéria,assim vou aprendendo um pouco mais!!
    Beijos,Paulinho!!!

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  2. Oi Ka, tudo bem?
    Muito obrigado pelo seu comentário.
    Volte sempre!
    Um grande beijo.
    Paulinho.

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  3. Paulinho, desculpe a ausência...

    Gostei de ler a reportagem com as belas fotos acompanhando...
    Noutro dia, conversando com um amigo sobre automobilismo, ele soltou a frase: "Ah... bom mesmo é a stock car"!
    Rapaz, me lembrei imediatamente de você.

    Um beijo grande, meu lindo!

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  4. Oi Teca, tudo bom?
    Vc sumiu, né?
    Mas, ainda bem que está de volta.
    Já estava sentindo sua falta.
    Que bom que lembrou de mim, fico feliz.
    Um grande beijo e não suma mais!.
    Paulinho.

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