Parte II
Olá, moçada!
Continuando a história, a Débora Rodrigues foi até a oficina de preparação dos Trucks do piloto Renato Martins, para conhecê-lo, e lá ficou duplamente encantada. Primeiro com os maravilhosos caminhões, segundo, com o Renato. Foi amor à primeira vista. Disfarçando o interesse pelo piloto, quis saber tudo a respeito dos caminhões. Sentou num deles e disse que seu maior sonho seria pilotar um Truck na pista, pra valer. O Renato que também tinha gostado muito dela, talvez duvidando um pouco da vontade e da habilidade da Débora, disse que poderiam fazer um teste num autódromo.
Foram para a pista e ela mostrou muita habilidade. O Renato ficou tão impressionado com a sua performance, que a convidou para fazer uma corrida. Ela para poder correr, teria que tirar sua licença de piloto de competição e para tanto se inscreveu e concluiu o curso de pilotagem do Manzini. Pronto, já estava com a carteira de piloto e apta a correr. Aí foi que os problemas começaram. O Aurélio Félix, promotor e organizador da Truck, desconfiado, não aceitou a sua inscrição, alegando que ela queria participar somente para se promover e que a Truck era uma categoria séria e não o ambiente ideal para uma mulher que queria “aparecer”.
O Aurélio, segundo a própria Débora, estava certo, não sabia das suas verdadeiras raízes, e não poderia acreditar que o seu interesse fosse autentico. Eu mesmo, quando soube que ela iria participar do campeonato de Truck, achei que a sua intenção era outra, nunca imaginei que ela fosse a pessoa que é. Quem em sã consciência, conhecendo as dificuldades do automobilismo de competição, poderia imaginar que uma moça apresentadora de TV, realmente pudesse guiar um caminhão de corrida a mais de 200! O que o Aurélio não sabia é que a Débora Rodrigues não é uma mulher comum, e sim uma batalhadora determinada, como poucas pessoas o são.
Cansei, nestes anos todos de automobilismo, de ouvir homens falando que sonhavam em correr, que iriam fazer a escola de pilotagem, que iriam comprar um carro de corridas, que iriam fazer e acontecer e etc e tal. Não faziam nada, a não ser sonhar e ver as corridas pela televisão. Falar é fácil, fazer é outro papo. Para uma pessoa conseguir ingressar no automobilismo de competição é muito difícil, além de ser caríssimo, precisa gostar muito e ter uma persistência incomum. Não é para qualquer um. Imagine para uma mulher! Quem é que vindo do MST, estando agora trabalhando na TV, iria ainda lutar para correr? A proibição do Aurélio não foi empecilho para a Débora, que foi até ao Judiciário para garantir sua presença no campeonato. Antes de obter a sentença, o pessoal da Truck se reuniu com os diretores da CBA, Confederação Brasileira de Automobilismo e depois de muita conversa, resolveram concordar com a sua participação.
Na 1ª prova no Autódromo de Tarumã, já estava em 7º lugar e se o caminhão não tivesse quebrado, certamente teria subido no pódio. Gostou tanto do Renato Martins, que começaram a namorar nesta época, em 1998, e estão juntos até hoje, correndo na mesma equipe e com os mesmos patrocinadores. A equipe RM Competições, cresceu muito, hoje é composta de 5 Trucks, 2 para o casal, outro para o piloto Beto Napolitano, mais um para o Herberto Heinem e um 5º para o estreante na categoria, o experiente piloto de Stock Car Adalberto Jardim. Todos correm de Volkswagen que também patrocina a equipe.
A Débora que nunca tinha guiado um carro de corridas e já estreou de cara numa categoria tão disputada como a Truck, tem obtido classificações expressivas, já conseguiu mais de uma vez subir ao pódio e mostrou para todo mundo que o que ela queria mesmo na vida, era ser piloto de competição! Não está para brincadeira e no momento ocupa a 5ª colocação no campeonato sendo a melhor colocada de sua equipe. Tornou-se uma piloto profissional que leva sua carreira a sério, como todos os demais colegas de profissão, sem abandonar os afazeres do lar, coisa que aprendeu muito bem com a mãe, tanto que o marido Renato já ganhou uns quilinhos.
Continua a sua relação com a TV, apresentando o programa Siga Bem Caminhoneiro, todo domingo às 8,30 da manhã no SBT. A Débora é uma pessoa de fibra! No próximo dia 11, será realizada a 4ª etapa da Formula Truck, no Autódromo de Guaporé, com transmissão ao vivo pela Band. Vamos torcer. É isso ai. Até a próxima.
Paulo, realmente a vida dela é uma história impressionante. Uma mulher de muita garra e como poucas que conheço, que gostam realmente do munto automotivo. Parabéns pela homenagem.
ResponderExcluirNane.
Talento nato! Uma coisa que faz muita falta no automobilismo de hoje, não importa se mulher ou homem.
ResponderExcluirNão conhecia a história, parabens Debora, Renato e Paulo.
Abs
Rui
Olá Rui.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e pela visita. Realmente a Débora é um talento natural e uma pessoa admirável!
Um abraço e volte sempre.
Paulinho.